quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Human Chalice



Human Chalice, banda portuense formada em 2007, marcam sonoridades reggae em Portugal através de letras exclusicamente em português, exploram cenários como o new roots, ragga e dancehall, bem como os ritmos quente da bossa nova, a melodia do soul e o groove do funk


Primeiramente, gostaríamos que nos resumissem a história da formação dos Human Chalice.
A história dos Human Chalice, resume-se ao verão de 2007. O gosto pela música, e em especial pelo reggae, juntou alguns dos membros deste projecto num Tributo a Bob Marley. Através deste, que percorreu o país de norte a sul, do seu feedback positivo por parte do público, surgiu a ideia de fazer algo de raiz, ao que mais tarde se veio a chamar de Human Chalice.
Na vossa opinião, qual é a situação actual do reggae e suas vertentes em Portugal e no Porto?
O reggae em Portugal, está em total crescimento. O maior festival de verão português, o Sudoeste, já tem um palco exclusivo dedicado ao reggae, o que é óptimo. No Porto, julgamos que neste momento a cultura reggae, está um pouco parada, aliada também à falta de salas de espectáculos para receber concertos, e à própria crise, que também “ataca” os promotores de espectáculos reggae.
As vertentes deste, neste momento são variadas. Para além do roots reggae, do ska e do rocksteady, assistimos a um enorme crescimento do dancehall, do ragga e do new roots, principalmente junto das “camadas jovens”.
Na vossa opinião, o que há a fazer para difusão das mesmas?
O reggae difunde-se por mérito próprio e dá-se a conhecer se tiver qualidade. O facto de ser ainda um tipo de música marginalizado, tem a ver com estereótipos criados que passam uma ideia errada daquilo que é o reggae. Achamos que a música em geral, ultrapassa as barreiras que são criadas se for feita com coração, com alma. Neste sentido o que se pode fazer para a difusão do reggae é fazer música com qualidade, que é o que as pessoas procuram quando ouvem a rádio, vão à net ou compram cd’s.
Que importância tem, para vocês, escrever as letras em português.
Primeiramente, apoiamos o movimento que tem surgido e que dá o valor que a língua portuguesa merece. Descobre-se hoje em dia que aquela história de que o inglês tem mais sonoridade é uma farsa. O português é uma língua interessantíssima e quando se adquire o hábito de usá-la, percebe-se como fazer a sonoridade funcionar. Depois, como nós temos um interesse muito grande em passar uma mensagem ao público, fica evidente a necessidade de fazê-lo em português, para que não haja dúvidas devido a traduções mal feitas.
Qual a mensagem que pretendem transmitir com a música?
É difícil definir uma mensagem só. Assim como existem várias maneiras de se encarar a realidade, também há várias mensagens que se podem transmitir. A beleza da música, é que ela permite-nos alcançar o público e fazê-lo pensar. Não impor uma posição, mas sim fazer com que o público pense por si e reflicta sobre a sua realidade. Se for para citar uma mensagem importante, deve ser a de que podemos fazer tudo aquilo que quisermos a partir do momento que definimos as nossas metas e sabemos que é aquilo que queremos. A partir daí, quem pode nos parar?
Qual a importância da música, mais precisamente, o reggae, nas vossas vidas?
Basicamente, adoramos a música, e adoramos o reggae, logo estão completamente interligados. É a nossa maneira de viver a vida, e transmitir aquilo que pretendemos!
Quais são as vossas principais influências musicais?
Há nomes obrigatórios para quem toca reggae como Bob Marley, Peter Tosh, Black Uhuru, Steel Pulse, etc. Fora isso, cada um traz um pouco de si para a banda que acaba por resultar naquilo que somos hoje em dia. Ouvimos vários ritmos como o funk, o rock, o soul, o hiphop.


Entrevista realizada por Débora Frescata e Elisabete Sousa

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

John is Gone




John is Gone, uma banda Pop / New Wave / Alternativa, lançou, este ano, o seu primeiro álbum intitulado “Paper Cuts and Heartbeats” . A banda, que ganhou o prémio Talento RRW e já pisou palcos de festivais como Optimus Alive e Sudoeste, cedeu-nos a seguinte entrevista:



Qual a história da formação de John is Gone?
Os John is Gone surgiram de uma necessidade comum de nos expressarmos mais além das palavras. A música é, para nós, uma grande paixão e consideramo-la como uma entidade que merece e tem, da nossa parte, o maior respeito. Esta é a premissa da música dos John is Gone.



Quais as vossas principais influências?
Como músicos, naturalmente, ouvimos muita música até mesmo sobre um ponto de vista didáctico, mas penso que qualquer pessoa que passe por um trabalho criativo tem como derradeira fonte de inspiração a própria vida, com todas as suas experiências. O mais importante é mesmo ter sempre o espírito pronto a receber aqueles momentos em que alguma coisa nos toca e move em direcção à criação.


Quais as principais vantagens e desvantagens de crescer como banda no Porto?
Penso que a principal vantagem de crescer como banda no Porto, e não em Lisboa, será também a sua principal desvantagem: uma distância de um público maior, ao qual teríamos mais facilidade em divulgar o nosso trabalho, se calhar também nos dá a tranquilidade e ambiente que precisamos para compor.


São uma banda em crescimento, como se sentiram ao tocar em festivais como o marés vivas, optimus alive e sudoeste?
Os festivais foram muito importantes para nós pois tivemos a oportunidade de nos mostrarmos a um maior número de pessoas, mas a verdade é que encaramos todos os concertos com o mesmo sentido de responsabilidade, dando sempre o nosso melhor como demonstração de respeito para quem nos estiver a ver.


Qual a importância da vitória no rock rendez worten, para a divulgação e ascensão da vossa banda?
A vitória do RRW foi crucial em todos os aspectos. Obtivemos uma visibilidade que não tínhamos conseguido até então e a gravação do nosso primeiro álbum tornou-se um sonho concretizado. O processo foi de constante aprendizagem, pelo contacto directo com grandes profissionais do meio, que é talvez a mais importante de todas as mais valias. Ver o nosso trabalho ser reconhecido pelos júris do concurso teve também um aspecto motivacional bastante forte, de tal forma que já temos outros objectivos em vista.


O lançamento do vosso álbum "Paper Cuts and Heartbeats" cumpriu todas as vossas expectativas? O que pensam da forma como este foi recebido?
Podemos dizer que tanto o álbum como a receptividade que este teve junto do público superaram as nossas expectativas iniciais! Confiamos no nosso trabalho e acima de tudo fazemos música que gostamos. Ver esse reconhecimento pelo apoio que temos tido é sem dúvida melhor do que podíamos pedir!



Quais os vossos planos para o futuro?
Temos muita vontade de continuar a fazer música, cada vez mais e melhor. Como disse anteriormente, gravar o nosso primeiro álbum foi um sonho concretizado, mas a música é uma máquina insatisfeita e acredito que insaciável também, pelo que não podemos parar. E não queremos! Por enquanto, a divulgação deste nosso primeiro álbum ainda está a decorrer, mas entretanto estamos já a pensar no sucessor do "Paper Cuts and Heartbeats".



Entrevista realizada por Débora Frescata e Elisabete Sousa

Razer (em reformulação)



Banda de Metal/Trash/Progressivo, em tempos denominada Razer, encontra-se em estúdio a compor e a gravar o álbum de estreia do novo projecto. Apesar da banda estar em fase de reformulação, concedeu-nos a seguinte entrevista:





Qual a vossa opinião acerca da situação actual do metal e suas vertentes em Portugal e no Porto?
Apesar da nossa experiencia na área ainda não ser fenomenal, podemos dar uma opinião pessoal sobre o que achamos do panorama do metal no Porto e em Portugal. Pensamos que o movimento underground tem crescido bastante nos últimos tempos, com muitas bandas novas a surgir e a marcar o seu lugar no "circuito". Bandas estas que se fazem promover por várias webzines, fóruns, blogs de apoio à música nacional, criados muitas vezes também por freelancers ou instituições independentes. Cria-se assim um "pequeno" grupo de bandas/músicos que se conhecem, quase como uma família. Não é raro estarmos a assistir ou a actuar num concerto e à nossa volta ver bastantes caras conhecidas, seja em que sítio for. Sentimos também que tem havido uma grande aposta em estilos como o thrash/death, death core etc. entre as bandas emergentes. O que vem, de alguma forma, mostrar a vontade de arriscar que nós, os "jovens" músicos, possuímos, optando, alguns, por estilos mais extremos como forma de se afirmarem.

Quais são as vossas principais influências musicais?
Temos as mais variadas influências musicais na banda, dependendo também de que elemento estamos a falar, desde o progressivo, rock, punk, funk, jazz, etc.... Gostamos de ouvir um pouco de tudo. No entanto, tentamos misturar toda essa amplitude de estilos musicais de uma forma minimamente controlada e coerente, criando algo mais ao nosso estilo.

Quais as principais dificuldades e vantagens de crescer como banda no Porto?
Neste meio, crescer como banda underground no Porto é relativamente acessível, dependendo até mais dos contactos e conhecimentos que estabelecemos do que propriamente com a qualidade da banda em si. Estão disponíveis alguns bares e recintos que felizmente têm apoiado imenso novas e velhas bandas. Mas lá está, muitas das vezes esses espaços carecem de apoios mais profissionais e subsistem por vezes de forma precária, dependendo sempre do apoio de amigos ou apreciadores, maioritariamente todos a nível amador. No entanto, sejam quais forem as condições, penso que estes sejam até o alicerce que mantêm a "cena" viva.

Têm projectos para o futuro, de momento? Se sim, quais?
Sim, temos. De momento, estamos a gravar o álbum de estreia, do qual, infelizmente, ainda não podemos revelar muito, (o mesmo sucede com o novo nome da banda) por motivos contratuais. No entanto, adiantamos que o álbum sairá no próximo ano. Antes do lançamento estamos a pensar em algumas surpresas para divulgação prévia do mesmo! Depois do lançamento fazemo-nos à estrada e daí veremos o que o futuro nos reserva.

O que pretendem transmitir através da vossa música?
No fundo, o nosso objectivo é transmitir ao público diferentes estados de espírito, à medida que os temas (geralmente longos) progridem, apelando a diferentes sensações e acima de tudo fazer com que o nosso som seja desfrutável ao mais variado número de níveis. Pretendemos também transmitir uma mensagem subtil, ao invés de uma atitude "chapada" ou fomentada na crítica directa ao que quer que seja. Gostamos de fazer as pessoas pensar quando ouvem a nossa música, evitando muitas vezes seguir o caminho mais lógico e directo das coisas, tanto em termos de composição instrumental, como de letras etc. Ironicamente, ao dizer isto não estou a criticar essa via, porque como todos sabem, na música há muitos caminhos, e é difícil dizer qual o certo ou errado. Simplesmente preferimos optar por caminhos menos evidentes, até porque nos dá bastante mais gozo.

Porque decidiram optar pelo Inglês?
Devido aos estilos musicais que tocamos, o inglês é a língua que mais se adequa, além de ser a "língua universal". Achamos que em termos sonoros, o inglês soa melhor, mas as barreiras estão apenas nas nossas cabeças... Tanto que uma das nossas músicas tem o final em português, apenas porque a dinâmica da música assim o pede. Dar à música o que ela pede somente, desviando-nos de preconceitos ou ideias já formadas acerca desta "luta" entre cantar em inglês ou português.


Entrevista realizada por Débora Frescata e Elisabete Sousa

Suffochate



Os Suffochate, criados há dois anos no Porto, são uma banda de death/thrash/progressive metal. Lançaram, este ano, o seu registo de estreia "No Mercy In His Eyes", que recebeu críticas positivas, inclusive da revista "Loud!", a maior revista dedicada ao género em Portugal.

Aqui fica a entrevista por eles concedida:


Qual a vossa opinião acerca da situação actual do metal e suas vertentes em Portugal e no Porto?
Comparando com o que se passa lá fora, acho que o metal em Portugal não tem apoios suficientes, nem sequer é reconhecido como um estilo musical por grande parte da população. É certo que ultimamente temos assistido a uma mudança, embora, quase imperceptível. Por exemplo, temos assistido a algumas aparições nomeadamente dos Moonspell e membros da banda em programas com grande audiência, como é o caso do Gato Fedorento. Embora pareça insignificante, é sinal que as coisas estão a mudar a pouco e pouco.
Por outro lado, sentimos que ainda existem cá em Portugal muitas mentes fechadas que são incapazes de abrir os horizontes e aceitar as mais recentes "novidades" ou inovações que são feitas no metal. Nós somos muitas vezes associados a um estilo de metal mais moderno com influências americanas, o que faz com que muitas vezes sejamos colocados um pouco de lado por certas pessoas.
No que diz respeito ao Porto e à zona norte, é sem dúvida o maior foco de metal em Portugal. Há concertos, há underground, há inúmeras bandas lançadas, inúmeras bandas a dar os primeiros passos e muitos músicos a tentar arranjar bandas para tocar. Temos um dos melhores (se não o melhor mesmo!) local de concertos de metal do país que é o MetalPoint! Mas...é importante dizer também que não há muitos sítios por onde tocar e na nossa opinião, o Porto falha por isso mesmo por falta de locais onde tocar.


Quais são as vossas principais influências musicais?
Isso agora...Nós retiramos influências em várias bandas! Depende do nosso estado de espírito e do sentimento que queremos transmitir em cada música. Mas a base é sem dúvida o death metal moderno. Podemos também enunciar algumas das bandas que nos têm influenciado ao longo deste tempo. São elas Suicide Silence, Lamb Of God, Meshuggah, The Faceless, Impending Doom, Job For a Cowboy,Waking The Cadaver, Opeth, Gojira, entre outras...

Quais as principais dificuldades e vantagens de crescer como banda no Porto?
As dificuldades são muitas mesmo! Por exemplo, o facto de existirem muitas bandas e muitos concertos torna difícil uma banda destacar-se..Outra dificuldade é, como já disse anteriormente, a falta de locais para se dar concertos na zona do Porto.
Mas sem dúvida que a grande vantagem é o reconhecimento do público e o apoio que nos dão! Crescer como banda no Porto não é uma tarefa fácil como podem pensar, é difícil, mas só o facto de sermos reconhecidos pelo nosso trabalho e de termos cerca de 80 pessoas num concerto (nada mau para os dias de hoje) a apoiar-nos, já é uma grande recompensa.

Têm projectos para o futuro, de momento ? Se sim, quais ?
De momento temos grandes projectos! Esperamos conseguir concretizá-los a todos. Em primeiro lugar, gostaríamos de arranjar uma distribuidora que nos ajudasse com a distribuição do nosso EP por todo o país e mundo para que possamos divulgá-lo ao máximo. Depois, gostávamos de arranjar uma editora que nos apoiasse no próximo lançamento discográfico que estamos já a compor. Por fim, estamos a tentar conquistar o país aos poucos...Estamos agora a preparar uma mini tour para a zona norte e centro de Portugal e estamos a preparar aos poucos a nossa ida a Lisboa que contamos que seja até ao próximo Verão.

O que pretendem transmitir através da vossa música?
Essencialmente pretendemos transmitir que não vivemos num mundo cor-de-rosa como as cantoras pop do momento transmitem aos adolescentes. A nossa música não é agradável aos ouvidos de muitos, as nossas letras não são contos de fadas e princesas, e os nossos concertos não são calmos. A nossa música é agressiva, as nossas letras relatam histórias de serial killers, de mortes, anti-religião, os nossos concertos são agressivos. É preciso alguém abrir os olhos para a sociedade em que vivemos! É isso que tentamos fazer. A nossa música é a nossa arma!

Porque decidiram optar pelo Inglês?
Esta resposta vai soar um bocado cliché, mas é mesmo pelo facto de podermos transmitir a mensagem ao maior número de pessoas. O Inglês é uma língua universal e através do inglês conseguimos chegar a praticamente todo o mundo... Não ficamos restringidos ao nosso país.
De facto, a música deveria falar por si própria mas, na nossa opinião, a letra é também muito importante para se entender a mensagem.


Entrevista realizada por Débora Frescata e Elisabete Sousa (via e-mail)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Gravidade Zero




Gravidade Zero é o nome de um trio proveniente do Porto, e que toca um rock progressivo composto apenas por bateria e duas guitarras. Com ainda poucos meses de existência, a banda dá nesta fase os seus primeiros concertos, que se transformam em autênticos ensaios ao vivo, fruto do experimentalismo que rodeia a banda.


Aqui fica uma pequena entrevista:

Qual a história da formação da banda ?

Bem, tudo começou em finais de Fevereiro deste ano. Todos nos conhecíamos há bastante tempo, éramos e ainda somos grandes amigos, todos tocamos instrumentos, e daí acabou por surgir a ideia de termos uma banda, que foi crescendo com o passar do tempo e dos ensaios. 


Quais são as vossas principais influências?
É uma pergunta um pouco relativa, mas talvez Linda Martini, God Is An Astronaut, Mogwai, por aí. 


Porquê ser uma banda instrumental ? Nunca pensaram em incluir voz nas vossas composições?
A ideia de sermos instrumentais surge intimamente ligada à nossa clara falta de jeito para cantar. Os ensaios foram acontecendo, os originais foram surgindo, e raramente se sentiu necessidade de uma voz. Pelo menos da nossa parte, sentimos que é este o caminho que queremos seguir, apesar de haver um original nosso que tem um poema que é declamado no início da música. Se for necessário repetir a experiência, não teremos problema nenhum em fazê-lo. 


Como é crescer como banda no Porto ?
Sinceramente, tem os seus lados positivos e negativos. Por um lado é aparentemente fácil, dado que é uma das cidades que possui mais espaços para dar concertos e mostrar o trabalho ao público, mas por outro nem sempre é fácil se conseguir arranjar concertos e ter condições para os fazer, o que é bastante importante.


Quais seriam os próximos passos no desenvolvimento da banda ? Existem planos de gravação de um álbum ou EP?
Sim, acho que é desejo de todos avançarmos para um EP durante o próximo ano. Os próximos passos no desenvolvimento na banda passam por apostar em mais temas originais, e aí sim então pensar mais seriamente em lançar algo que seja um motivo de orgulho para nós.


Entrevista realizada por Débora Frescata e Elisabete Sousa (via e-mail)

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Este blog, realizado no âmbito da disciplina de Área de Projecto, tem como objectivo divulgar o trabalho por nós realizado, cujo tema é a música na cidade Invicta, assim como as bandas que connosco colaboraram.